Caro ex,
Eu poderia começar descrevendo toda a dor e todo o trauma que você me causou: as crises de ansiedade, a depressão profunda e o aniquilamento da pouca autoestima que eu ainda tinha.
Mas tudo isso, além de em sua maior parte superado, seria uma total perda de tempo.
Você não se importa com o que provoca nos outros.
Você é um narcisista.
Então, essa carta não é sobre a dor que você me causou, mas sobre você — e, principalmente, sobre mim.
Posso imaginar o que te levou a ser assim: o trauma de abandono afetivo, a experiência dolorosa de ser o primeiro filho de pais inexperientes, o racismo que te perseguiu dentro e fora da sua família, o preconceito contra sua etnia, os apelidos cruéis, o bullying escolar, a vergonha dos dentes desproporcionais, os silêncios que você aprendeu a manter para se proteger.
O seu jeito de lidar com tudo isso foi se esconder sob uma capa — a de homem exemplar.
O filho perfeito, o namorado dedicado, o amigo disponível.
Mas quem se aproximava de verdade de você, via: tudo isso não passava de uma armadura.
Você não se permite ser vulnerável, não se conecta de forma profunda com ninguém.
Sua relação com o mundo é superficial, fria e, quando ameaçada, agressiva.
Comigo não foi diferente.
Você precisava ser admirado, desejava ser venerado — e mirava sempre quem julgava ser mais fraco, mais manipulável.
Seu amor era uma armadilha: me puxava com palavras doces e me empurrava para longe com agressões silenciosas e outras nem tanto.
Quando descobri que você estava com outra mulher, não me surpreendi: para você, verdades e mentiras são peças intercambiáveis, usadas conforme sua conveniência.
E, quando confrontado, ataca, porque tem pavor de ser visto como realmente é.
Sim, você foi extremamente tóxico comigo.
Criou essa dança cruel: dizia que me amava, me puxava, me machucava, me afastava.
Eu te perdoo — não porque você mereça, mas porque eu mereço viver sem esse peso.
Hoje entendo que sua toxicidade não era pessoal; é simplesmente o modo como você sobrevive, escondido, encapsulado, atrás de uma armadura que nunca tira.
E é por isso que eu não só sobrevivi: eu me transformei.
Ao me afastar da sua toxicidade, consegui ver com clareza o quanto minha vida tinha sido desperdiçada, escondida atrás de você.
E, com essa clareza, veio o meu verdadeiro processo de cura.
Não vou mentir: não foi um processo fácil, tampouco rápido.
O empurrão que eu precisava veio de onde eu menos esperava: de uma leitura.
O livro “Não se relacione com um Jurandir” foi para mim o que nenhuma terapia havia conseguido ser até então: um espelho, um diagnóstico, um alerta e, acima de tudo, um convite à libertação.
A vontade de expor o seu nome aqui é imensa, confesso.
Mas, sinceramente, no momento eu não tenho dinheiro para pagar uma advogada que aguente a avalanche de processos que um homem como você seria capaz de mover só para manter sua imagem polida.
E, veja bem, eu aprendi que não preciso expor o seu nome para expor a minha história.
A minha transformação não depende mais de você — ela é minha, por mérito meu.
Esse livro me fez entender, com clareza brutal, que muitos relacionamentos tóxicos não são percebidos porque o abuso não está apenas no grito ou no tapa, mas na manipulação sutil, na culpa, na distorção.
Hoje, com um relacionamento saudável, lindo e próspero, transformei toda essa experiência em estudo e ação:
Sou especialista em comportamento humano, pós-graduada em Relações e Redes Sociais no Mundo Contemporâneo, e me dedico a oferecer a outras mulheres uma possibilidade real:
Um novo olhar, um novo mundo — através de uma linguagem fluida, clara e objetiva.
O livro “Não se relacione com um Jurandir” é, para mim e para tantas outras mulheres, mais do que uma leitura:
É uma ferramenta de consciência.
É um mapa de libertação.
Se você, que me lê agora, sente que está vivendo ou já viveu algo assim — não ignore esse chamado.
Esse livro pode ser a faísca que vai acender a chama da sua liberdade, assim como acendeu a minha.
👉 Leia agora: “Não se relacione com um Jurandir”
Não espere mais anos escondida atrás de alguém, como eu fiz.
Você merece ser feliz, inteira e livre.