Caro Jurandir,
Não. Eu não sinto mais falta de você.
Não fico mais esperando sua mensagem fria, nem analiso seus sumiços como se fossem enigmas indecifráveis.
Você já não ocupa mais espaço na minha mente, nem me tira o sono com o seu afeto calculado e a sua indiferença cortante.
Hoje, olhando para trás, eu entendo.
Você nunca me amou.
Você gostou de me ter — e só.
Eu fui mais um troféu na sua estante emocional vazia. Mais uma que você seduziu com aquelas frases prontas, aqueles olhares ensaiados, aquele falso “eu sou diferente”.
Não. Você não é diferente.
Você é o protótipo clássico do homem emocionalmente imaturo, passivo-agressivo, tóxico e, muitas vezes, abusivo.
Você é… um Jurandir.
E eu… eu fui mais uma mulher que acreditou que poderia mudar um Jurandir.
Mas eu acordei.
Eu chorei, sofri, me culpei, me diminuí, me anulei… até que percebi: eu não precisava de você.
Eu precisava me salvar de você.
E sabe o que me acordou de vez?
Uma leitura curta, direta, poderosa — quase mágica.
“NÃO SE RELACIONE COM UM JURANDIR”.
Esse livro foi o tapa na cara e o abraço acolhedor que eu precisava.
Ele traduziu o que eu vivia, colocou nome nas minhas dores, revelou os padrões ocultos, os jogos emocionais, as armadilhas que eu repetia sem perceber.
Cada página era como se alguém estivesse me dizendo:
“Você não está louca. Você não está sozinha. E, principalmente… você merece muito mais.”
Eu me vi ali.
Eu me entendi.
E, pela primeira vez, eu me escolhi.
Descobri que o amor-próprio não vem depois que alguém nos valoriza, mas sim quando a gente aprende a se colocar em primeiro lugar.
Descobri que o silêncio que você usava para me punir não me fere mais. Hoje ele é o meu descanso.
Descobri que o jogo emocional que você fazia para me manter insegura e dependente agora é apenas… patético.
Hoje eu rio.
Hoje eu tenho nojo — não de você — mas de quem eu fui: uma mulher que permitiu que um Jurandir invadisse sua vida, seus limites, sua dignidade.
Mas a culpa não é minha.
Eu fui ensinada a romantizar cafajestes.
Fui ensinada a acreditar que amor é sacrifício, que quem ama suporta, que quem ama espera…
Não mais.
Hoje eu sei: quem ama, não tortura. Não manipula. Não diminui.
E se eu escrevo essa carta, não é porque ainda penso em você.
É para alertar outras mulheres que ainda estão presas ao ciclo que eu consegui quebrar.
É para dizer que existe vida — e uma vida incrível — depois de um Jurandir.
Esse livro não só me libertou… ele me ressignificou.
Hoje, quando penso em você, não sinto saudade nem raiva.
Sinto gratidão — porque sem a sua mediocridade emocional, eu talvez nunca tivesse buscado ajuda, nunca tivesse lido “NÃO SE RELACIONE COM UM JURANDIR”, e nunca tivesse me tornado a mulher que sou agora:
inteira, consciente, livre.
E você, Jurandir… pode seguir com sua mediocridade emocional.
Eu não sou mais a mulher que você quebrou.
Sou a mulher que você, sem querer, fortaleceu.
— Para todas nós que um dia amamos um Jurandir…
e sobrevivemos.